sábado, 22 de maio de 2010

Tertuliano Fernandes & Cia. - Mossoró-rn


período compreendido entre os anos de 1860 e 1870 foi de grande desenvolvimento econômico para a então Vila de Mossoró, com a instalação de empresas importadoras e exportadoras do porte das Casas Graff, pertencente ao industrial suíço Johan Ulrich Graff, da M.F. do Monte & Cia., pertencente ao empresário cearense Miguel Faustino do Monte e da Mercantil Tertuliano Fernandes. Foi o período áureo da indústria e do comércio de Mossoró.

O município era emancipado desde 15 de março de 1852, porém o arraial de Santa Luzia do Mossoró, sua sede, por não desenvolver nenhuma atividade econômica que justificasse a medida, passou à categoria de vila, só sendo elevada ao predicamento de cidade em 9 de novembro de 1870, graças ao desenvolvimento comercial e industrial que já apresentava.

A S/A Mercantil Tertuliano Fernandes, de propriedade de Francisco Tertuliano de Albuquerque, fundada em 1870, foi uma das maiores indústrias de beneficiamento de algodão do Rio Grande do Norte. E tudo começou com um pequeno comércio de fazendas, ferragens e miudezas, que tinha o nome de F. T. de Albuquerque. O seu fundador, Tertuliano de Albuquerque, era um homem progressista e com raro senso de observação. Aproveitou o potencial econômico de Mossoró, alcançado com a abertura do Porto de Areia Branca, em 1886, para incrementar a exportação de algodão. Era dali que saíam todas as mercadorias exportadas pela Praça de Mossoró. Essas mercadorias eram transportadas até o porto de Santo Antônio, em carros de bois ou comboios, nas costas de burros. Dali, os volumes eram levados em embarcações à vela até Areia Branca, de onde eram transportados em navios, ou ainda em embarcações a vela, de maior calado, para os mercados consumidores.

Foi por essa época que a empresa passou a trabalhar também com o sal marinho. O sal produzido em Mossoró era bem conhecido e aceito no sertão, mas no Sul do país se consumia quase que exclusivamente o sal importado de Cádiz na Espanha. Foi preciso muita artimanha dos diretores da empresa para que o sal mossoroense pudesse ser aceito no sul. O primeiro passo foi convencer uma firma sulista a adquirir um carregamento do sal aqui produzido (trezentas toneladas). O convencimento deu-se pela cobrança irrisória do produto. A estratégia era exatamente essa; fazer com que os sulistas percebessem que o nosso sal era tão bom quanto o que era importado. Não queriam lucros imediatos com essa transação. Desejavam "fazer o mercado" para um produto estacionário. A medida funcionou, pois logo depois o sal de Mossoró ganhava o mercado do sul, já com bases eminentemente comerciais.

A S/A Mercantil Tertuliano Fernandes tinha como objetivos sociais a promoção, comércio, transporte, exportação, importação, industrialização de algodão, cera de carnaúba, couros, sal marinho, óleos e sementes oleaginosas, sabão, transporte e navegação, agenciamentos, comissões, representações, consignações, agricultura, pecuária, administração de bens próprios ou alheios e particulares em outras empresas com recursos sociais.

A razão social "S/A Mercantil Tertuliano Fernandes" foi constituída em 6 de abril de 1949, em substituição à antiga "Tertuliano Fernandes & Cia.", remontando a sua fundação ao ano de 1870 quando a partir de então teve as seguintes razões sociais: "F. T. de Albuquerque", "F. T. de Albuquerque & Cia.", "Tertuliano Fernandes & Cia." E, finalmente, "S/A Mercantil Tertuliano Fernandes".

FONTE - GERALDO MAIA, JORNAL O MOSSOROENSE (17/10/1872), EDIÇÃO DE 23/05/10-DOM

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Jose Maria das Chagas, nasci no sítio Picada I. em Mossoró-RN,filho do assuense MANUEL FRANCISCO DAS CHAGAS e da mossoroense LUZIA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO, com 14 irmãos. Ingressei nas fileiras da gloriosa e amada Polícia Militar do Rio Grande do Norte no dia II-VII-MCMLXXX com o número 80412. Casei-me em XV-IX- MCMLXXXIII com a apodiense MARIA ELIETE BEZERRA (XXIII-VIII-MCMLXIII), pai de 5 filhos: PATRÍCIA ( NASCIDA A XVII - VIII - MCMLXXXIII FALECIDA EM VIII - XI - MCMLXXXV), JOTAEMESHON WHAKYSHON (I - X - MCMLXXXVI), JACKSHON (FALECIDO) E MARÍLIA JULLYETTH (XXIX - XI - MCMXC).Atualmente convivo com outra apodiense KELLY CRISTINA TORRES (XXVIII-X - MCMLXXVI), pai de JOTA JÚNIOR (XIV - VII - IMM). JÁ PUBLIQUEI TRÊS TRABALHOS: CHIQUINHO GERMANO -A ÚLTIMA LIDERANÇA DOS ANOS 60 DO SERTÃO POTIGUAR, COMARCA DE APODI EM REVISTA e A HISTÓRIA DA COMPANHIA DE POLÍCIA MILITAR DE APODI

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